Olá, Fábio,
Estou te escrevendo um tanto desesperançosa; acredito que as chances do seu e-mail ainda ser o mesmo oito anos depois é um tanto remota. Mas, se porventura meu tiro no escuro atingir o alvo correto, no caso sua caixa de e-mails ainda ativa (e acredito que a possibilidade disso acontecer é superior a quase todas as possibilidades relacionadas à física quântica e aos relógios atômicos que faziam parte dos seus interesses), enfim, caso isso ocorra e você force sua memória até meados de 2002, deve conseguir se lembrar de uma tal de Thalita que te escreveu insistindo, indagando e quase implorando por uma fórmula mágica para viagens no tempo.
Eu tinha 14 anos na época, hoje tenho quase 22 e devo confessar, ainda que te decepcione, que não me tornei física, astrônoma e nem sequer praticante de nenhuma ciência de cunho mais exato. Estou quase me graduando pela USP, mas em lingüística, veja só! No entanto, meu interesse pelo tempo e pelas arbitrariedades tão deslumbrantemente precisas do Universo continua me encantando, assim, leiga como sempre fui e possivelmente sempre serei.
O impulso em te escrever novamente veio de um seriado da History Channel chamado The Universe, cuja primeira temporada comprei. Ao assistir os episódios fui tomada pelo encanto e por aquelas divagações tão verdadeiras e perturbadoras que, há algum tempinho esquecidas, continuam colocando fogo na minha alma como faziam na pré-adolescência.
É isso, tive vontade de fazer essa tentativa que, ainda que frustrada quanto à destinação virtual correta, há de ecoar em todos os protocolos do cyber espaço agradecendo pela dica de assinar a Scientific American Brasil e também pela paciência, pela insistência e pela criatividade em desiludir minhas aspirações juvenis quanto às distorções do tempo-espaço., ; )
Grande abraço,
Thalita Ruotolo Gouveia.
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Acabo de escrever este e-mail para o professor da USP, aleatoriamente escolhido por mim dentre os docentes do site do Instituto de Física, que respondia meus e-mails fantasiosos e piradíssimos - alimentados por muito Marcelo Gleiser - aos 14 anos de idade. Infelizmente, recebi uma mensagem de erro: o e-mail dele não existe mais e o meu retornou.
Uma pena... seria uma alegria para mim, 8 anos depois, agradecer ao pobre ser humano que pacientemente dava asas as minhas teorias malucas com e-mails tão interessantes. Uma pena.
Um comentário:
Google, wget, curl, e uma pá podem te levar bem longe voce sabe... isso ou um conhecido weirdo que sabe o que essas coisas significam. Ainda quer encontra-lo?
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