sábado, 22 de outubro de 2011

"ei"

Sobraram uns versos sem rimas e essa incerteza sobre o que aconteceu e o que ainda virá. Costuma ser óbvio para os outros onde é que a gente vai encontrar felicidade, mas enquanto o óbvio não te chama de dentro, de que adianta?
É tudo tão perigoso que qualquer distração que eu tenha no caminho me afasta dele sem poder mais voltar. Tudo tem esse ar de perigoso e definitivo, "perigo nos olhos dela" com toda a sina enraizada de tentação e de pecado que a fêmea tem. A infelicidade mansa é a melhor escolha por ser quase sem riscos - embora pareça balela acreditar que alguém realmente vá agir guiado por isso, ela age.
No final, tudo vira areia embaixo dos pés, as possibilidades se esgotam, você é só alguém risível que confundiu tudo - em público, exposta na vitrine, sem roupas. Só o que sobra mesmo é essa saudade esquisita de uma realidade imaginária.
Essa triste sensação de limpeza, onde não há lágrimas, sequer cheiro.

Um comentário:

Saudades disse...

Fiz daquelas lembranças do passado
O relicário de um amor perdido,
E cantei o que poderia ter sido
E o quanto deveríamos ter amado

Muito melhor seria ter esquecido
O beijo, carinho e sonho trocado
Na tarde de um verão ensolarado
Que ser pela saudade consumido

E nem preservar nosso amor não pude
Dos primeiros erros da juventude
Perdi, porque não soube te querer

Mas perdido, o amor não se perdeu
Ainda hoje sonha em ser teu
E das dormentes cinzas renascer