Sobraram uns versos sem rimas e essa incerteza sobre o que aconteceu e o que ainda virá. Costuma ser óbvio para os outros onde é que a gente vai encontrar felicidade, mas enquanto o óbvio não te chama de dentro, de que adianta?
É tudo tão perigoso que qualquer distração que eu tenha no caminho me afasta dele sem poder mais voltar. Tudo tem esse ar de perigoso e definitivo, "perigo nos olhos dela" com toda a sina enraizada de tentação e de pecado que a fêmea tem. A infelicidade mansa é a melhor escolha por ser quase sem riscos - embora pareça balela acreditar que alguém realmente vá agir guiado por isso, ela age.
No final, tudo vira areia embaixo dos pés, as possibilidades se esgotam, você é só alguém risível que confundiu tudo - em público, exposta na vitrine, sem roupas. Só o que sobra mesmo é essa saudade esquisita de uma realidade imaginária.
Essa triste sensação de limpeza, onde não há lágrimas, sequer cheiro.
sábado, 22 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Eu estou falando com a porta, soluçando frente à porta, me desculpando aflita para a porta. Atrás da porta há encanto sem igual, pedidos desesperados e rouquidão. Duas criaturas imaginárias enjauladas, a maternidade em crise e o poder das fobias com uma porta no meio. Essa vontade louca que a gente sempre tem de que as coisas simplesmente voltem a ser como eram antes.
de quando eu era duas
Eu não sou todas aquelas que te mostro ou que você cisma em descobrir em mim. Sou menos, retraidamente menos do que isso tudo. Entretanto, me divido ao meio, seja lá com simetria ou em nuances perdidas, que traçam desenho abstrato: sou duas. Uma que surge de baixo, deve habitar a terra e sobe como faísca até o peito e as bochechas quando a invoco. Ela você sequer conhece, você só enxerga a face universal, então, não me venha falar em vermelho.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
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