Mora no meu ventre um dragão escamoso repleto de uma ganância que termina em si.
Dorme com a barriga espalhada sobre o tesouro dos meus defeitos que a ninguém interessa; e, fêmea como é, quando mulher o atiça, arde meu rosto de um vermelho bem distinto do habitual rubor.
Permite uma transmutação que, após o transe, me parece mal encenada e causa uma dor maior do que o alívio do sangue, finalmente transitando pelo meu corpo após o acúmulo súbito na cabeça.
Eu rumino a gestação eterna deste bicho, que é sinuoso e violento.
Um comentário:
Medéia ajudou Jasão a matar o dragão. Mas, depois, ela matou os filhos e ela mesma.
Eu nunca sei direito como lidar com os dragões, Thatha. Gosto da representação alternativa da "Força", uma mulher que doma o leão pacificamente em vez de matá-lo.
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