sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ocultismo

Mora no meu ventre um dragão escamoso repleto de uma ganância que termina em si.

Dorme com a barriga espalhada sobre o tesouro dos meus defeitos que a ninguém interessa; e, fêmea como é, quando mulher o atiça, arde meu rosto de um vermelho bem distinto do habitual rubor. 

Permite uma transmutação que, após o transe, me parece mal encenada e causa uma dor maior do que o alívio do sangue, finalmente transitando pelo meu corpo após o acúmulo súbito na cabeça.

Eu rumino a gestação eterna deste bicho, que é sinuoso e violento.

Um comentário:

Sofia disse...

Medéia ajudou Jasão a matar o dragão. Mas, depois, ela matou os filhos e ela mesma.

Eu nunca sei direito como lidar com os dragões, Thatha. Gosto da representação alternativa da "Força", uma mulher que doma o leão pacificamente em vez de matá-lo.