domingo, 31 de outubro de 2010

Mi.

Estou devendo a mim mesma postar tantas coisas aqui. Acontece que eu o vi de relance num estúdio qualquer, aí o tempo parou com as pipoquinhas no ar e, quando eu fui dar por mim, o mundo tinha dado umas voltinhas rápidas e ele já tinha ido embora pra longe. Agora eu estou trabalhando muito para juntar informações e encontrá-lo lá onde ele está para pedí-lo em casamento com tulipas amarelas.
Não exaaatamente, mas foi mais ou menos assim que aconteceu.



Só eu gosto de Big Fish no mundo.

domingo, 17 de outubro de 2010

buon giorno principessa nosso de cada dia

Eu rompi com o épico, com o inatingível; com aquela necessidade toda de ser difícil. 
Eu me rendi e foi a mim: ao que eu quis de bem novinha e quero hoje ainda.

Eu gosto desse chão de fantasia que sustenta minhas outras ambições com o mundo de fora. Fantasia porque o que existe entre a gente é real mas raro como num mundo paralelo. Uma vida leve de hobbit cheia de felicidades miúdas e freqüentes e sinceras, vontadezinhas. São essas alegrias que pipocam o dia todo e construíram algo grande de verdade.

Estou encantada com o humor, com o cuidado. Eu aposto nisso que está acontecendo, sem medo nenhum. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Deus lhe pague"

Há alguns meses, eu diariamente sento na minha cadeira e passo o dia narrando histórias de gente. Gente com cheiro forte de gente, que às vezes faz com que eu me afaste em alguns palmos para trás.

Eles vêm com essa camada calejada de desconfiança de quem já se esfolou demais de um lado e de outro. Não me assusta. Qualquer tentativa de rompê-la (da mais simples) já escancara um riso fácil sempre transbordando de gratidão. Gratidão que me incomoda e dá corda ao meu pronto discurso: "O senhor não tem que agradecer, isso não é nenhum favor que lhe fazem, é direito seu, não é favor". Direito não é favor. Sequer ouvem, os ouvidos moldados por essa audição seletiva de gente simples que já entendeu o ritmo da engrenagem que os carrega de uma espera a outra - e se deixa levar. Indignação há, mas uma que nem sabe contra o que se voltar.

Porque tudo é pessoal, é "o juiz", o "adevogado", é o "Lula" e a mocinha da recepção. Rompem de vez com a abstração que é o embate entre órgãos públicos. É o jeito deles de criar uma razão de ser que sustente a máquina estatal multifacetada e esquizofrênica que dá, tira, permite, proíbe e oferece assistência para buscar outra vez. Uma só máquina caduca e os tentáculos dela.

Você não vê cara do seu defensor, você não vê a cara do juiz, o perito médico não te olha na cara. Você é uma estatística adoentada que não incomoda nem pela voz, é só pelo cheiro. Ninguém te explica o que está acontecendo e você, Macabéa, está com vergonha de perguntar, sem saberia como fazer.
Mundo real, tão rente ao chão, é só aqui que eu quero estar.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010